Uso de redes sociais no trabalho: dá para impor limites?
Segundo os dados mais recentes, 150 milhões de brasileiros fizeram uso de redes sociais em janeiro deste ano. Outro dado […]
19/03/21
Segundo os dados mais recentes, 150 milhões de brasileiros fizeram uso de redes sociais em janeiro deste ano. Outro dado que todo mundo conhece é que passamos, pelo menos, 8 horas por dia no trabalho.
Ou seja, naturalmente, em algum momento, a maioria das pessoas dá aquela checada e, sim, faz uso de redes sociais no trabalho.
Pode ser que, nesse momento, sua pergunta seja sobre o que fazer para seus colaboradores pararem de mexer no celular durante o expediente.
Erik Qualman, autor do livro Socialnomics, finalista do “Livro do ano”, afirmou que “nós não temos escolha em usar ou não mídia social, a questão é o quão bem nós usamos a mídia social”.
Agora, eis a questão: é possível proibir o uso de redes sociais no trabalho?
Continue lendo esse texto, pois vou te responder.
Quase todo mundo tem uma “vida paralela” para checar nas redes sociais, seja o Facebook, o Twitter ou o Instagram.
Naturalmente, essa curiosidade pelas novas publicações da timeline pode representar uma dor de cabeça para você, que espera – e paga – pela produtividade dos seus colaboradores.
No entanto, essa discussão sobre o uso de redes sociais no trabalho não pode estar restrita apenas às horas desperdiçadas pelos colaboradores durante a jornada das 8h às 18h.
Na verdade, os problemas envolvendo redes sociais no trabalho são mais abrangentes, pois o que o colaborador faz fora do horário de expediente também pode impactar a empresa, positiva ou negativamente.
Por exemplo, não são raros os casos em que a imagem de uma empresa é prejudicada após seu colaborador ter sido flagrado xingando alguém com palavrões racistas.
Portanto, ainda que a sua empresa tenha tecnologia para bloquear o acesso ao Facebook ou Instagram no computador, nada impede que o colaborador navegue através do seu smartphone, sem contar que não é possível controlar o que ele faz após o expediente.
É importante entender isso para que o seu próximo passo não seja apenas criar regras sobre o que pode e o que não pode no ambiente de trabalho quanto ao uso de redes sociais, mas, principalmente, conscientizar os colaboradores sobre o uso adequado das redes.
Afinal, tudo o que fazemos pode impactar as pessoas à nossa volta.
As redes sociais tornaram-se parte da nossa vida. São uma janela aberta daquilo que queremos mostrar ao mundo.
No entanto, algumas pessoas fazem mau uso delas e as consequências podem ser péssimas.
Como, por exemplo, o funcionário de uma empresa que passava tempo demais no celular e foi demitido por justa causa.
Inclusive, um colega de trabalho foi testemunha e confirmou que ele não desgrudava do aparelho.
O funcionário da Latam foi demitido depois de aparecer em um vídeo constrangendo mulheres na Rússia.
Uma colaboradora também foi demitida depois de veicular ofensas às colegas de trabalho no Facebook. O post não foi feito no serviço, mas o juiz reconheceu que houve falta grave pela repercussão no ambiente de trabalho.
Nos Estados Unidos, dois pizzaiolos prepararam uma pizza de pepperoni desenhando o símbolo nazista com as fatias do embutido. Eles não postaram nas redes sociais, mas, assim que receberam a pizza, os clientes cuidaram de fazer isso e marcar a empresa no Twitter.
Imagina se os “pizzaiolos artistas” foram demitidos?
Essas situações podem levar a um primeiro pensamento de que a proibição do uso de redes sociais no trabalho é a melhor alternativa para evitar esses inconvenientes.
Mas será que é mesmo?
Tenho certeza que você não quer passar por nenhuma situação dessas com seus colaboradores.
É horrível ter que demitir alguém, não é? Sem contar que um simples vídeo feito por um colaborador pode manchar a reputação da sua empresa em questão de minutos.
Portanto, crie regras claras para o uso de redes sociais no trabalho, pois isso é mais importante que apenas proibir.
Sem regras, coloca-se em risco a segurança e a imagem da empresa, dos demais funcionários e também dos clientes.
Então, veja como você pode evitar isso em 3 passos (simples):
O que é ou não permitido na sua empresa quanto ao uso de redes sociais?
Essas regras devem estar em sintonia com os valores e a cultura da empresa e devem conter o posicionamento que se espera que todos sigam (mais flexível ou conservador, por exemplo).
Nesse ponto, sugiro que você conte com a ajuda de um advogado especialista, pois ele tem conhecimento das principais decisões dos tribunais a respeito do uso de redes sociais, e poderá te ajudar a criar regras em consonância com essas decisões.
Em atividades nas quais há segredo industrial, smartphones podem facilitar a captura de dados sigilosos.
Pessoas que trabalham em laboratórios e clínicas podem comprometer as análises se manusearem celulares sujos.
Portanto, essas regras devem levar em consideração o seu tipo de negócio e como o mau uso de redes sociais compromete as atividades.
O problema não está no uso em si das redes sociais no trabalho, mas no seu mau uso.
Ou seja, aquele que compromete a produtividade do colaborador, a atenção, corrompe o sigilo, a imagem ou a segurança da empresa, e coloca em risco os demais colaboradores e também os clientes.
Portanto, além de criar regras que servirão como amparo para sua empresa poder fazer exigências, você deve promover a conscientização, para que o uso de redes sociais no trabalho seja algo saudável, como tudo deve ser.
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